segunda-feira, 12 de setembro de 2011

"Grito dos Excluídos"



     Trabalhadores de todo país saíram às ruas para protestar contra as desigualdades e as injustiças, na 17° edição do grito dos excluídos. Além das pautas gerais, em cada cidade o Grito incorporou pautas locais, como as remoções causadas pela Copa e Olimpíadas, contra o novo código florestal, entre outros.
     Além do grito, o dia da pátria também foi marcado por manifestações contra a corrupção. Na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, o ato contra os políticos corruptos reuniu mais de 25 mil pessoas.
     Em Piauí, no ato chamado de Grito dos Indigitados, estudantes foram às ruas exigir a redução da tarifa de ônibus e passe livre para estudantes e desempregados entre outras medidas.

     Veja a seguir balanço das atividades do Grito dos Excluídos em algumas cidades do Brasil:

     Em Senhor do Bonfim (BA), o caráter da manifestação foi mudado devido ao assassinato de Leonardo Leite, uma das lideranças do Movimento CETA (Coordenação dos Trabalhadores Assentados). Ele foi morto dentro de casa, na fazenda Jiboia, desapropriada pelo INCRA para a reforma agrária. Ele é a quinta liderança na luta pela terra assassinada na região de Canudos, marcada por conflitos agrários, e já vinha sofrendo ameaças há um ano. Os manifestantes saíram em caminhada com panos pretos e fizeram a leitura do manifesto do Grito.
     Em Aparecida (SP), o 17º Grito ocorreu junto à 24ª Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadoras, reunindo aproximadamente 3 mil pessoas, que saíram do Porto de Itaguaçu em caminhada até a Basílica. Lá houve apresentações teatrais de um grupo de trabalhadores desempregados de Volta Redonda (RJ) e de um grupo de jovens do Jardim Elba, da capital paulista. Também foram feitas denúncias contra a proposta da bancada ruralista de alteração do Código Florestal.
     Em São Paulo (SP), o Grito conta com dois trajetos: um deles, com participação das pastorais sociais, sindicatos e movimentos do campo, partiu da Praça da Sé em direção ao Parque da Independência. O outro foi mais pautado pelo direito à moradia e partiu da Praça Osvaldo Cruz até o Ibirapuera. 
     No Distrito Federal (DF), o Grito acontece em vários pontos. Na Esplanada dos Ministérios, o ato foi em conjunto com a Marcha Brasil Contra a Corrupção e cobrou participação dos movimentos sociais nas decisões políticas do país. Cerca de 25 mil pessoas integraram o protesto. Em Brazlândia (300 pessoas) e Planaltina (500 pessoas), a principal bandeira é contra o uso dos agrotóxicos, tema trabalhado com vídeo e debate. Em Ceilândia (500 pessoas), além dessa pauta, os participantes discutiram o direito à moradia e à cultura, com apresentações artísticas.
     Em Cuiabá (MT), a tônica da manifestação é dada pela denúncia dos despejos das famílias devido às obras da Copa. Os participantes se concentraram no Córrego do Barbado, onde 803 famílias serão removidas para dar lugar à avenida Parque do Barbado. Simbolicamente, a concentração foi em frente à casa de uma família que há 34 anos sofreu remoção para dar lugar à rodoviária e agora está novamente ameaçada pela construção da avenida. O defensor público Paulo Lemos também participou da atividade e pôde ouvir diretamente dos moradores as reivindicações pelo direito à moradia.  Além do questionamento dessas obras, o debate também integra a questão da privatização do serviço de abastecimento de água, aprovado pela Câmara dos Vereadores na semana passada.
     Em Fortaleza (CE), os manifestantes também protestaram contra as construções para a Copa do Mundo, como o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que ameaça diversas famílias de despejo. Com concentração na Praça São Francisco, os participantes seguiram em marcha até a Igreja Sagrada Família, na Praça Padre Pasquale.
     Em Montes Claros (MG), os movimentos da Via Campesina somaram-se à manifestação do Grito após ocupar o prédio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e acampar em frente à prefeitura, em atividades que compuseram a Jornada de Lutas. Os manifestantes denunciam os grandes projetos de barragem e mineração que estão sendo desenvolvidos na região e exigem que estas terras sejam destinadas à reforma agrária. A atividade começou na Praça Catedral, para celebração ecumênica com a presença do arcebispo Dom José Moura. As atividades em Minas Gerais ocorreram em pelo menos 22 cidades.
     Com o tema “Contra a corrupção, a violência e a morte, grita a vida”, o Grito em Goiânia (GO) trouxe a discussão da violência urbana e da criminalização da juventude. O ato começou no Terminal da Praça A, com caminhada pela avenida da Independência até a Praça do Trabalhador. Em Goiás, o Grito também acontece nas cidades de Uruana e Itaberaí.
     Em Teresina (PI), o Grito tomou a faixa paralela da avenida Marechal Castelo Branco, onde ocorreu o desfile cívico-militar. Os mais de 1000 manifestantes protestaram contra o trabalho escravo, a corrupção e a falta de investimentos, além de denunciarem a construção de hidrelétricas e o desmatamento na região de Palmeirais. Os estudantes que organizaram manifestações contra o aumento da tarifa do ônibus durante a semana trouxeram esse debate para o Grito. Também participaram da atividade movimentos indígenas, sem-teto e de mulheres.


                                                                                        Exército Verde

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